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IRMÃ IRÉDIA (IRENE) EM BUSCA DA CASA DE DEUS
A Irmã Irédia dos Santos Baraças, nasceu no Manigoto em 19/04/1923.
Conhecida por Irmã Irene Baraças adormeceu em Deus no passado dia 04/01/ 2015.
Quando nasceu já a fundação da Liga dos Servos de Jesus andava na mente do Sr.
D. João de Oliveira Matos. Ao aderir ao seu ideal, tinha ela dezassete anos, acabou
por entrar na casa do Rochoso e mais tarde por se inserir em outras comunidades.
Ultimamente e há muito que se encontrava na comunidade do Rochoso. A sua morte
surpreendeu-nos a todos. Caíra no refeitório das irmãs no dia 3 de janeiro, à
noite. De imediato foi conduzida às urgências do Hospital da Guarda. Várias
irmãs e familiares se apressaram a visitá-la no dia seguinte. Longe de se
pensar o pior, ninguém se “despediu” dela. Assim e por volta das 18.00 horas
éramos todos nós surpreendidos pela triste notícia da sua morte. O funeral
realizou-se no dia seguinte. Marcaram presença muitos dos seus familiares,
pessoas do Rochoso e nove sacerdotes. Presidiu à Eucaristia o Assistente Geral
da Liga. No fim da eucaristia o cortejo fúnebre, entre cânticos de esperança, entrou
no cemitério local onde se efetuaram as últimas orações fúnebres.
A Liturgia fúnebre foi enquadrada dentro do espírito de Epifania pois
que a irmã morreu no dia em que a Igreja celebrava a solenidade da “Epifania do
Senhor”. Foi desse modo que o Assistente enquadrou as breves palavras que
dirigiu à Assembleia presente. Destacamos aqui o seu pensamento:
Se a Epifania é a revelação menino de Belém enquanto Deus verdadeiro, atuando
em favor de todos os povos, a partida da Irmã Irene revelou-se epifania definitiva
dela própria diante de Deus que a chamou à vida, a adotou como filha pelo
batismo, a consagrou em diversos momentos da sua vida e ela mesma se foi
tornando ainda mais serva de Jesus, sempre em busca do Reino. Esta doutrina encontra-se
na carta de S. Paulo aos Romanos e que foi lida como primeira leitura. Realmente
todos nós somos “Filhos de Deus, Seus herdeiros, co-herdeiros com Cristo de
uma Herança que jamais se extingue”.
É por isso que a nossa morte, “dies natalis” se torna também “dies
epiphaniae” da vocação à qual todos somos chamados. Assim canta o salmista:
“O Senhor é a minha Herança”.
Urge pois atuarmos como os Reis magos que, tendo visto a estrela, de
imediato se puseram a caminho em busca do recém-nascido; sabermos vigiar a
mesma estrela e, se ela desaparecer, encontrarmos maneiras novas capazes de nos
indicarem o lugar do nascimento; sobretudo prosseguir sempre até que a estrela
volte a cintilar para nós. Até que tal aconteça, é necessário sabermos estar vigilantes
(assim ensinava o Evangelho escolhido e lido na eucaristia) pois que
ninguém sabe, tal como aconteceu à irmã Irene, o momento exato do nosso
encontro com O Filho de Deus, com o Pai e com o Seu amor. Importante é que a
estrela da nossa vida não venha a parar a não ser sobre a casa onde esteja o
Menino e a Sua mãe. A estrela da irmã irene já se deteve; e na casa do Pai continua
a ter sentido agora de modo definitivo a vida da irmã Irene.
Na paz de Deus. É isso
mesmo que seu nome pelo qual foi chamada evoca: Paz.
Sempre que O encontrármos, não deixemos de O adorar e de Lhe oferecer,
tal como fizeram os magos e certamente fez a irmã Irene, os dons com que
previamente, Ele nos enriqueceu. Assim haverá Epifania verdadeira e definitiva.
Que na Paz de Deus repouse eternamente.
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