Páscoa... É tempo propício para nos enchermos de Vida nobre, verdadeira e eterna; de nos tornarmos em sementes “novas” ...
“ A MISERICÓRDIA,
ENVOLVE-NOS, DESTRÓI O NOSSO EGOÍSMO
E PERMITE-NOS DAR FRUTO EM TODO O TEMPO”
O povo descobriu, estudou e sabe qual o
melhor tempo para realizar as sementeiras. Hoje a técnica permite-lhe semear e
plantar coisas quase durante todo o ano. Tecnicamente é possível, criar as
condições indispensáveis para que a Natureza possa produzir, também em épocas
menos adequadas. Assim, quando postas as exigências adequadas, as colheitas serão
abundantes. Pode acontecer que não sejam tão apetecíveis ao paladar, devido à
época do ano. Quando as sementeiras não são eficazes, o mal poderá estar na
natureza inadequada da terra, na própria semente, em agentes imprevisíveis não
combatidos de modo eficaz, ou no descuido ou preguiça do agricultor. Como
sabemos a agricultura não é tarefa fácil e muito menos garantida. Lá diz o povo
graciosamente que ser agricultor é “uma
maneira de se empobrecer alegremente”.
Após a
sementeira, todo o agricultor sabe aguardar “pacientemente” até que a terra
faça brotar primeiro a vida, depois o caule e a haste, depois o fruto na espiga
e finalmente a espiga madura. O que verdadeiramente lhe interessa é o grão
maduro e grado na espiga. Assim que lhe seja possível logo lhe mete a foice, o
“malhar” e arrecadar no seu celeiro. O nascer, o crescer, o viver e o dar fruto
têm o seu ritmo próprio requerendo atempadamente luz, humidade, calor e outros cuidados.
Todos eles jamais podem ser omissos.
No “Campo
de Deus” tudo se passa de modo similar. É que milagres são raros. Muito embora da
parte de Deus as condições necessárias estejam sempre presentes, (a Sua Misericórdia é para sempre e sempre
eficaz) da parte do homem nem sempre assim acontece. O jogo da nossa
liberdade e do nosso livre arbítrio nem sempre respeitam a vontade e a Graça
divina.
Neste
mês de março, lá mais para o seu final, ocorrerá a solenidade da Páscoa do
Senhor. A nossa Páscoa. Nessa altura, há muito que terá ocorrido a sementeira
da Palavra, o seu nascimento e o seu crescimento. É isso que todos queremos. Nessa
altura, estaremos a dar fruto e fruto abundante. Com a Páscoa se passa da morte
à vida. Da vida escondida a uma vida pujante, onde as “flores” (docilidade ao
Espírito) serão sinal de fruto perene.
O tempo
que se seguirá é de ressurreição; é tempo do Espírito; é tempo de
amadurecimento; é tempo de “tomar gosto e doçura”. É tempo de “saborearmos” e
de sermos bem saborosos para os outros (talvez sem a agradabilidade à vista, mas de
essência divina constituídos). É tempo propício para nos enchermos de
Vida nobre, verdadeira e eterna; de nos tornarmos em sementes “novas” e
“gradas” capazes de semear; sementes aptas a dar a vida seja onde for. Sementes
que não querem “ficar só”. Quando tal acontecer, será o Agricultor do Pai Quem
nos lançará à terra; Quem dela nos levantará; Quem dará sentido ao nosso
existir e finalmente Quem nos recolherá em etapa última e nos introduzirá no
Celeiro de Seu Pai.
Na “Agricultura”
de Deus, ao contrário da agricultura humana e terrestre, dificilmente se
empobrece. Bem ao contrário. Seremos sempre enriquecidos pois:
“A Misericórdia de Deus, envolve-nos,
destrói o nosso egoísmo e permite-nos dar fruto em todo o tempo”.
Assim a
queiramos e deixemos atuar em nós.
Guarda,
01-03-2016
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P. Alfredo Pinheiro
Neves
(Assistente Geral)
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