MARIA DELFINA LOPES
GONÇALVES
A Irmã, Serva
de Jesus, Maria Delfina Lopes Gonçalves, nasceu no dia 25 de novembro, de 1917,
na vila do Fundão. Foram seus pais: José Lourenço Bimba e Maria de Lurdes Lopes
Gonçalves.
Bem cedo
entrou na Liga dos Servos de Jesus, na comunidade do Rochoso. Depois de ter
passado por Manteigas, veio fixar-se na casa da Cerdeira onde dia-a-dia se
gastou no cumprimento dos seus deveres. Nas lides de cozinheira foi fazendo o
seu CAMINHO. Tendo chegado a avançada idade retirou-se das suas obrigações e
recolheu ao seu quarto do qual saía, para ir à eucaristia ou dar o seu breve
passeio. Os anos avançaram e cada vez mais foi obrigada a permanecer no referido
quarto. Aí era servida por irmãs que além do alimento corporal, não descuravam em
lhe levar também a Eucaristia.
Após ter
recebido a Unção dos doentes partia para o Pai pelas 17.00 horas do dia 23 de
Outubro. Hoje mesmo se estivesse entre nós completaria os 98 anos de idade.
Estiveram presentes
na missa de sufrágio, para além do Assistente Geral da Liga e do pároco da
Cerdeira, mais cinco sacerdotes, muitas irmãs e familiares vindos do Fundão.
Por vontade destes a irmã Delfina foi a enterrar na sua terra natal. Eram por
volta das 17.30 horas quando se procedeu à sua última encomendação no
cemitério. Presidiu o Assistente Geral P. Alfredo Pinheiro Neves.
Das leituras
escolhidas para a missa de sufrágio foram propostos ensinamentos vários:
1. O
verdadeiro cristão e Servo de Jesus, esforça-se por olhar para as realidades
invisíveis já que as realidade visíveis e terrenas são efémeras. O homem
exterior bem depressa se vai arruinando. Importa pois que o Homem interior se
renove de dia apara dia.
2. Se
Deus Pai ressuscitou o Seu filho, também nos ressuscitará a nós. Com Jesus
entraremos de modo definitivo nessas realidades invisíveis e sempre perenes.
3. Se
Job ansiou para que a suas palavras fossem esculpidas, em pedra, com estilete
de ferro: “(…) Eu sei que o meu defensor
vive”, a Irmã delfina foi esculpindo nela própria a mesma certeza. Não o
fez com um estilete qualquer, mas mediante a sua Fé, a sua Esperança e a sua
Caridade. Melhor ainda, com a vivência do seu Baptismo, da sua Confirmação e da
Eucaristia. Pelo Baptismo, ela
consagrou-se numa doação total a Deus Pai, a Jesus e ao Espírito Santo.
Assumindo o baptismo consagrou-se na doação que fez à Liga dos Servos de Jesus,
movida pelo ideal de D. João nascido bem pertinho da sua terra – em Valverde; Pela Confirmação e na fidelidade ao
Espírito soube desempenhar o “seu dever de estado” servindo por amor muitas e
muitas pessoas proporcionando-lhes alimento abundante; Pela eucaristia alimentou-se do Pão descido do Céu, soube louvar e
amar Jesus Eucaristia e não deixaria de oferecer pelos outros as suas orações
eucarísticas como manda o espírito da referida Liga dos Servos de Jesus.
4. A
Irmã Delfina, participando do Pão eucarístico, partilhou a vida de Jesus que a
fez entrar definitivamente na Vida Eterna. “Tal
como eu Vivo pelo Pai… assim o que me come viverá por mim”. Se o alimento
de Jesus foi fazer a vontade do Pai – “que
eu não perca nenhum dos que o Pai me deu mas os ressuscite no último dia” –
então certamente esta nossa irmã entregue, desde sempre pelo Pai a Jesus, ela
que a Jesus se consagrou, há-de com Ele reinar eternamente para glória do mesmo
Deus. Tal como ela não deixemos de aceitar a Misericórdia do Pai, de nos
consagrarmos à Trindade Santa e também de vivermos e de servirmos a Deus em si
mesmo e sempre presente nos irmãos.
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