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Encerramento da Assembleia Geral da Liga dos Servos de Jesus - 30 nov 2024

 1. Celebramos a Eucaristia do I Domingo do Advento e inauguramos o novo ano

Litúrgico. Um ano que vamos viver de olhos voltados para o Jubileu Ordinário de

2025, o qual nos convida a fortalecer a Esperança no Senhor que vem para nos

trazer a Salvação, Ele que é o Salvador. A esperança não engana, diz-nos a Bula

Papal da proclamação do Jubileu.

Da Esperança nova que nos traz o Salvador Jesus Cristo fala-nos hoje a Palavra de

Deus proclamada neste I Domingo do Advento.


Como lembra o Evangelista S. Lucas, aquele que é o Evangelista deste ano, como

Marcos o foi do ano anterior, Jesus vem no fim dos tempos para levar a História

ao seu termo e presidir ao Juízo Final.

Sabemos, por isso, que não temos aqui marada permanente. E não a temos,

porque em determinado momento desta História havemos de responder à última

chamada para irmos ao encontro do Senhor. Esse é o sentido da morte pessoal de

cada um de nós. Não a temos também porque a História, como nós a

conhecemos, acabará. É esse o sentido da linguagem apocalítica que o Evangelho

de hoje usa. Deixa-nos a recomendação: Vigiai e orai para poderdes comparecer

dignamente diante do Filho do Homem.



Em Jesus, que veio uma primeira vez, no Presépio de Belém, virá pela última vez

no fim da História, mas vem muitas vezes ao nosso encontro, sempre que lhe

abrimos as portas da nossa vida, cumpre-se a promessa do Profeta Jeremias lida

na I Leitura.



Ele é, de facto o rebento novo da casa de David que vem para exercer o direito e a

justiça; vem para salvar o Reino de Judá, porque o seu nome é “a nossa Justiça”.

E então que havemos de fazer enquanto aguardamos a vinda do Senhor e nos

preparamos para o encontro com Ele?

Escutemos as recomendações do Apóstolo S. Paulo, que, sendo imediatamente

dirigidas aos Tessalonicenses, se aplicam também a nós no momento atual.

Diz Ele: O Senhor vos faça crescer e abundar na caridade de uns para com os

outros; o Senhor vos confirme na santidade, e preparando assim, da melhor

maneira, a vinda de Jesus Nosso Senhor.



E acrescenta – Deveis progredir ainda mais, dando cumprimento às normas que

vos demos da parte do Senhor Jesus.

Sendo assim, a santidade é a meta da nossa caminhada em Igreja e no carisma da

Liga dos Servos de Jesus; a caridade de uns para com os outros é a lei número um

desta caminhada; e nessa caridade todos somos convidados a progredir sempre e

cada vez mais.

Cumprimos nestes dois dias a Assembleia Geral da Liga dos Servos de Jesus

para revisitarmos o nosso carisma e revermos a forma como o estamos a

viver e a comunicar aos outros.

Este carisma, de facto, apresenta-nos o ideal da perfeição, convidando-nos

a viver à maneira das primeiras comunidades cristãs; convida-nos a

percorrer os caminhos do desagravo e da reparação das ofensas cometidas

contra Deus.

Convida-nos a fazer oração pela Igreja e a dedicar-nos ao apostolado.

O mesmo carisma cumpre-se no exercício de uma missão, que, segundo as

Constituições, é a mesma Missão da Igreja, na ação evangelizadora, na ação

santificadora e na prática da caridade.

Como já referi durante a assembleia, o único meio eficaz para o

cumprimento do carisma e da missão para o qual ele nos orienta é o

testemunho cristão.

Desse testemunho cristão faz parte: sermos fortes na Fé, dedicados à Santa

Igreja, bondosos e dedicados, caridosos e compassivos, assim como outras

recomendações inscritas nas Constituições, que vale a pena reler com

frequência e diante delas fazermos o nosso exame de consciência.

Precisamos de rever constantemente como é que esse testemunho vivo de

Fé é vivido nas nossas comunidades; como é que o fazemos passar para

quantos colaboram connosco, a começar pelas estruturas do Instituto de S.

Miguel, como é que servas internas e servos externos são ou não sinal vivo

da relação com Jesus, no amor à Igreja, a começar pela presença nesta

Diocese e nas suas comunidades, principalmente as Paróquias; como é que

os amigos e mesmo admiradores – porque os há – da Liga dos Servos de

Jesus e do Instituto de S. Miguel descobrem ou não o segredo da

verdadeira fonte inspiradora do nosso carisma, a saber, a Pessoa de Jesus e

o real empenho de cada um e cada uma de nós de tudo fazermos para que

Ele reine.

Com programas mais elaborados ou menos elaborados, este tem de ser o

nosso propósito de sempre.

Estamos na Capela do Outeiro de S. Miguel, um lugar simbólico para o

carisma da Liga dos Servos de Jesus. Simbólico pela sua história de muitas


décadas, pela qualidade dos serviços aqui prestados e que a sociedade em

geral tem sabido reconhecer; simbólico porque tem o túmulo do venerável

servo de Deus Sr. D. João de Oliveira Matos.

E a palavra que ele hoje, ao terminarmos a nossa Assembleia Geral nos

quer dirigir é, sem dúvida, esta – cumpram o carisma que vos leguei, com

os necessários ajustamentos às atuais condições, quer da Liga quer da

Igreja quer da Sociedade em que vivemos.

Através do Sr. D. João, Venerável Servo de Deus, queremos dirigir este

especial pedido ao Senhor das nossas vidas. E especificamo-lo assim que o

Centro de Espiritualidade aqui sediado funcione em estreita ligação com a

memória do Venerável Servo de Deus e seja instrumento cada vez mais

bem aproveitado para vivermos e divulgarmos o nosso carisma.

+Manuel da Rocha Felício, Bispo da Guarda

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