Em breve se iniciará a Quaresma. Tempo de renovação, tempo para nos confrontarmos e de nos deixarmos iluminar pela Palavra; tempo de renascermos; tempo de criarmos espaço para que a misericórdia divina nos envolva e nos faça novas criaturas.
SER
VINHA…!
Dias depois, nem de
propósito, cruzou-se no meu caminho, uns desses ‘ardinas’. Pensei na reportagem
e levado pela ‘conversa’ da senhora Diretora lá adquiri um exemplar. Não foi a
primeira vez. A dizer a verdade, as informações que presta, as curiosidades que
apresenta, as previsões meteorológicas que faz, o papel característico
utilizado e a impressão tradicional valem bem o preço. Quando cheguei a casa
dei-lhe uma vista de olhos. Fiel a si mesmo…!
Como todos sabemos em
cada mês, em cada quinzena, em cada semana, em cada ‘lua’, há sempre tarefas
específicas a realizar e que ele avisa. Não vou fazer mais propaganda. Nestes
tempos últimos, ele tem falado das ‘podas’, que devem ser feitas nas árvores,
roseiras, outras plantas, de jardim.
Veio-me ao pensamento,
não sei se por influência disso mesmo, o capítulo 15 de São João quando afirma:
«Eu sou a videira
verdadeira e o meu Pai é o agricultor. Ele corta todo o ramo
que não dá fruto em mim e poda o que dá fruto, para que dê mais fruto ainda. Vós já estais purificados pela palavra que vos tenho
anunciado. Permanecei em mim, que Eu permaneço em vós. Tal
como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, mas só permanecendo na videira,
assim também acontecerá convosco, se não permanecerdes em mim.
Eu sou a videira; vós, os ramos. Quem permanece em mim e Eu nele, esse dá muito
fruto, pois, sem mim, nada podeis fazer. (…) Nisto se
manifesta a glória do meu Pai: em que deis muito fruto e vos comporteis como
meus discípulos.» (Jo. 15, 1 ss.)
Deixo
para trás tudo o que ao almanaque diz respeito e fixo-me na PALAVRA agora
transcrita.
Não há
tempo algum em que não seja necessário deixarmos que a Palavra (Jesus Cristo)
nos vá ‘podando’, de modo a darmos ainda mais fruto. Toda a nossa vida e em
todas as circunstâncias da mesma são ‘tempo oportuno’ para darmos fruto de modo
constante, sempre bom e que a todos alimente.
Também
é verdade que em todo o tempo, nascem e crescem em nós ramos que jamais darão fruto; e naqueles que dão fruto ‘impureza de natureza vária’, que ao serem
retiradas nos tornam muito mais ‘sadios’.
Em
breve se iniciará a Quaresma. Tempo de renovação, tempo para nos confrontarmos
e de nos deixarmos iluminar pela Palavra; tempo de renascermos; tempo de criarmos
espaço para que a misericórdia divina nos envolva e nos faça novas criaturas. A
Páscoa será o tempo da ressurreição; tempo do Espírito; tempo dos dons e dos
frutos que do mesmo Espírito brotam. Fica o desafio…!
De
quando em vez, vou abrindo o dito almanaque. Não está na Net. Dizem vender mais
de 280 mil exemplares; é impresso numa ‘tipografia tradicional’; na rua da
alegria, Lisboa. Em toda(s) a(s) época(s), qual sentinela que vigia ele apela
aos cuidados a ter em conta com a gricultura. Fala das regas, sachas, podas,
caldas, luas, marés e não sei que mais. Todos sabemos que mais do que ele possa
informar ou sugerir, é o trabalho do agricultor diligente. Esse é que não pode
faltar.
No
campo Espiritual, o mais importante será o nosso
empenho, o nosso querer e o deixarmos que o AGRICULTOR (entenda-se o PAI), opere leia-se (‘corte’) em nós tudo o que não dá fruto.
Nós, enquanto verdadeiro ‘corpo’ e verdadeiros
‘ramos’ da única Cepa (leia-se FILHO). O quereremos e o
deixarmos será a nossa parte, os resultados (frutos) brotarão sempre da
acção de Deus (leia-se do ESPÍRITO)
em cada um de nós.
Mais
do que trabalhar na ‘Vinha’ integremos a ‘Vinha’. Mais que integrar a ‘Vinha’ sejamos
‘ramos’ da única ‘Cepa’. Só com ela daremos fruto
abundante.
Guarda 2019-03-01
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P.
Alfredo Pinheiro Neves
(Assistente
Geral)
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