Irmã Celeste Albuquerque
O
dia quatro de outubro de 2016, na unidade da dor do Hospital do Fundão, foi a
data da partida da Irmã Celeste Albuquerque. Pouco tempo aí esteve. Contava
noventa e um anos de idade.
A
irmã Celeste Albuquerque era natural de Moimentinha. Foram seus pais: António Jacinto e Mercês de Jesus Albuquerque. Seduzida pelos ideais da Liga dos
Servos de Jesus e pelo carisma de D. João de Oliveira Matos, a irmã Celeste
durante toda a vida tornou-se arauta da espiritualidade do Fundador.
O
seu féretro regressou à comunidade da Cerdeira onde foi velado. Foi nesta
comunidade que a irmã passou quase toda a sua vida. Foi a sepultar no cemitério
local. Multidão imensa esteve presente e prestou-lhe homenagem rezando por ela.
Presentes os seus sobrinhos e restantes familiares.
A
missa exequial foi presidida pelo Assistente Geral da Liga, P. Alfredo Pinheiro
Neves. Além do pároco mais sete sacerdotes concelebraram. Presente ainda o
Padre Provincial dos Dominicanos: frei Pedro Fernandes, oriundo da nossa
diocese, lugar da Torre e frei Lucas de Valongo do Côa. A irmã Celeste teve um
irmão que se tornou dominicano: Frei Jacinto (ir. Cooperador) falecido na
Páscoa de 1989 e sepultado também no cemitério da Cerdeira.
Na
Eucaristia o P. Alfredo Neves começou por afirmar que não iria falar da Ir.
Celeste pois que cada um dos presentes e a seu modo a conheciam muito bem
graças à presença da Ir. Celeste na vida e no coração de todos.
As
leituras escolhidas permitiram uma reflexão sobre o sentido e o valor da nossa
existência. Quando ela termina o nosso Deus não nos “remenda” como se poderá
remendar uma tenda, mas faz algo de novo
com todos nós. “Ainda que esta tenda, que
é o nosso corpo, se vá arruinando, o homem interior vai-se renovando de dia
para dia”. O próprio Deus prepara-nos uma morada eterna que não é feita
pelas mãos dos homens. Essa morada, essa tenda é a nossa ressurreição que só se
entende e se vive à luz da Fé. Não precisaremos de muita fé. Dizia Jesus: “se tivésseis fé como um grão de mostarda…”.
Devemos pois pedir que o Senhor aumente a nossa fé na vida que não acaba, na
eternidade que é o nosso Deus, no banquete definitivo ao qual somos chamados,
na Paz eterna e na nossa própria ressurreição.
Também
o evangelho nos falava da ressurreição de Jesus que os discípulos de Emaús não
eram capazes de entender. “Os seus olhos
estavam impedidos de O reconhecerem”. Emaús é o tema da Vida, é o tema da
Ressurreição, é o tema da Eucaristia. Só quando Jesus entrou em casa, tomou
lugar à mesa, deu graças, partiu o pão e o entregou, os dois discípulos foram
capazes de ver mais além apesar da ausência de Jesus a partir desse momento. Isso
mesmo foi o motivo para regressarem a Jerusalém de imediato e de se tornarem
profetas da Vida Nova. Tal aconteceu certamente com a irmã Celeste que alimentada
pela eucaristia muitas vezes foi ao encontro dos que precisavam, dando-lhes o
necessário graças ao seu ministério de enfermeira. A saúde física foi o pão
repartido para alcançarem também a vida espiritual. Mas também aqui se tornou necessária
a Fé. Era assim que a ir. Celeste renascia para Deus servindo-O nas
necessidades do irmão carente. “O que
fizestes aos mais pequeninos a mim o fizestes”.
Que
Jesus seja o Seu Pastor e a leve a descansar no Banquete sem fim, no qual
muitos dos que ela serviu, se encontrarão também já “sentados”.
À
Família enlutada foram apresentadas as condolências devidas. Finda a eucaristia
multidão imensa rumou até ao cemitério e com orações, preces e cânticos
expressaram a sua gratidão à ir. Celeste e a sua fé na Vida eterna.
Comentários
da Cerdeira do Coa... Recordo as suas palavras na última visit
Chico... A tua próxima visita será para o meu funeral.
Infelizmente foi e daí a pouco tempo passado.
A Prima Celeste está, de certeza, no melhor lugar que exista na iternidade..