A LIGA TRADUZIDA NA
ESPIRITUALIDADE DOS SEUS PADROEIROS
D. João de Oliveira Matos ao escolher
como lema da Liga, o item da carta de S. Paulo aos Coríntios “É preciso que Ele reine” (1ª Cor. 15,25) sintetizou com o mesmo o desejo de se
pertencer a Deus Pai, através de Jesus Cristo, no único Amor que os mantém
unidos, o Espírito Santo. Essa pertença deve ser universal, exclusiva e sem
limites e coadjuvada sempre
pelo Amor Eterno da Trindade; Jesus deve reinar, antes,
durante e depois de Ele entregar a Seu Pai o Reino, que Ele próprio é. Nessa
altura, como escreve S. Paulo o próprio Jesus se “submeterá” a Seu Pai sendo tudo
em todos.
Quando D. João escolhe a mãe de
Jesus, no seu título de Imaculada, para
padroeira da Liga, traça com ela e por ela a ideia de pertença a Deus e ao seu
Reino. Tal como Maria, desde a sua Conceição e para sempre foi pertença
exclusiva de Deus Pai, do Verbo e do Espírito Santo, assim a Liga, em cada um
dos seus membros, deve ser pertença exclusiva de Deus manifestando também ela o
reinado de Cristo.
D. João escolheu ainda S. José, o esposo de Maria, para advogado
e protetor da mesma Liga junto de Deus. Deste modo, a Liga acaba por entrar solenemente
na espiritualidade da família divina introduzindo-se, assim, na escola mais
verdadeira que possa existir. Nesta se progride e propaga, quer o conhecimento,
quer a prática do Evangelho. Na família de Nazaré, se incarna, vive, cresce e
ama a Palavra Eterna do Pai. Maria e José serão a presença constante e mais próxima,
quer da humanidade, quer da divindade junto do Verbo. A seu modo, ambos
acompanharão o crescimento em idade, em graça e em sabedoria do Deus Menino.
Quis ainda o Senhor. D. João que o
arcanjo S. Miguel fosse para todos
os elementos da Liga exemplo a seguir na entrega e doação ao Criador. Com essa
atitude de disponibilidade e de doação e sobretudo de constante combate contra
as forças do mal, S. Miguel é causa exemplar para cada um de nós, no combate e na
vitória final. É de modo semelhante que todos devemos combater e confiar até ao
fim. A Liga, além da sua entrega a Deus, jamais pode deixar de combater e de “ganhar”
para Deus o maior número de pessoas.
Santa Terezinha do Menino Jesus foi também indicada por D. João como
padroeira da Liga dos Servos de Jesus. Realmente D. João sempre quis que a Liga
e todos os que a constituem desempenhem um lugar discreto e singelo na sua
missão cristã. Todos os elementos da Liga devem ser os primeiros a aparecer e a
fazer suas as preocupações da Igreja. Cada um de nós tem o seu lugar em Igreja.
Santa Terezinha queria ser tudo. Para o conseguir escolheu ser o Amor. “ Na Igreja serei o Amor”, escrevia ela. Quem
dera que a Liga fosse também o Amor na nossa diocese, em cada lugar onde se
encontra. Na sua vertente de adoração e de reparação ao Senhor, a Liga tem
campo mais que suficiente para surgir como amor universal a todas pessoas e de
modo particular aos pecadores e descrentes. Através do Amor a Liga cumprirá o
seu ideal. Só o Amor é expressão do reinado de Cristo onde quer que seja. “O Amor é para sempre” (1ª Cor. 13,8)
Finalmente, Santo António, figura tão popular e amado de todos, torna-se dentro
da Liga um santo bem peculiar. Ele deve ser imitado por todos nós na ânsia de
apostolado, no estudo e transmissão da Palavra, no amor e vivência da Verdade,
na simplicidade, na pobreza fecunda e combate sistemático do erro. Santo
António é reconhecido como Doutor da Igreja graças à Palavra de Deus,
entendida, ensinada, defendida e vivida. Doutor ainda pela sua fidelidade à
espiritualidade de S. Francisco de Assis. Quem dera que a Liga aprendesse, cada
dia, nesta mesma escola, já que o seu Fundador o aprendeu, o ensinou e o viveu
durante a sua vida.
A Liga dos Servos de Jesus afirma-se
e luta pelo Reinado de Jesus, pela sua pertença à Trindade, pelo seguimento e
imitação da família de Nazaré. Afirma-se e luta pelo seu Rei, pelo combate
contra o mal, pela difusão e vivência do Amor e ainda pela sua entrega à
Palavra, única riqueza da qual jamais poderá abdicar. A Deus se entrega, O testemunha
e O defende onde quer que se encontre.
Que os Padroeiros a quem celebra
estejam com ela e a protejam sempre. Essa é a vontade do Senhor D. João
futuramente seu padroeiro também.
Guarda, 01-08-2015
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P. Alfredo Pinheiro Neves
(Assistente Geral)
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