A independência de Portugal, face a Castela que queria incorporar Portugal no seu reino foi segurada por D. Nuno Álavares Pereira, em batalhas como a de Aljubarrota em 14 de Agosto de 1385.
Muito devoto de Nossa Senhora, este herói nacional, na sua vida de soldado, encomendava-se à Santíssima Virgem antes das batalhas, e pedia aos soldados que também o fizessem.
A investigação histórica afirma que o próprio Nuno Alvares Pereira teria mandado erguer a igreja chamada de Nossa Senhora do Castelo, em Vila Viçosa, para celebrar a sequência de vitórias sobre os castelhanos e confirma que ele mesmo adquiriu, em Inglaterra, para esse santuário, a imagem de Nossa Senhora da Conceição.
Séculos mais tarde, Portugal perdeu efetivamente a sua independência (na Crise de 1580). Sob o domínio do reino vizinho, o trineto do rei Manuel I de Portugal, através da duquesa Catarina, infanta de Portugal, sua avó paterna, foi convidado a restaurar a independência portuguesa mas, tal era a certeza do fracasso militar e o medo das consequências que este afirmou sempre que, não queria reinar.
Mudou de atitude, diz-se, após a intervenção da esposa tendo feito a promessa de que se fosse aclamado rei, atribuir-se-ia tal vitória à Virgem Maria e não aos exércitos nem aos fidalgos portugueses.
Cumprindo a promessa, em 25 de março de 1646, D. João IV colocou a sua coroa na imagem da Senhora da Conceição, adquirida séculos antes, por D. Nuno Álvares Pereira.
Além de padroeira, Nossa Senhora da Conceição foi nessa data, reconhecida como a rainha de Portugal e, a partir de então, mais nenhum rei ou rainha, portugueses, usaram a coroa. A coroa real, nalgumas circunstâncias, surgia colocada sobre uma almofada ao lado do monarca; e, nos quadros, passamos a encontrar a coroa ao lado do rei ou da rainha dinásticos.
O culto a Nossa Senhora da Conceição teve, portanto, ao longo dos séculos, uma enorme expressão em Portugal.
Em 6 de Fevereiro de 1818, face às novas ameaças e à nova crise, o rei de Portugal, à data D. João VI , agradeceu à Rainha e Padroeira, em Vila Viçosa - A Senhora da Conceição, a resistência nacional às invasões francesas.
Mas algo continuou a mudar, ou a acrescentar-se, na História de Portugal. Em 1854 o Papa Pio IX proclamou solenemente o dogma da Imaculada Conceição.
Então, em maio de 1862 formava-se a comissão para realizar o monumento que Portugal iria erguer a esta invocação. Assim nasceu o Santuário da Imaculada Conceição do (Monte do) Sameiro. E a partir da segunda metade do século XIX, houve um grande investimento da Igreja na relevância a atribuir a essa invocação.
Isso não impediu o grande amigo do sr. D. João, D. Manuel da Conceição Santos, arcebispo de Évora, de organizar grandes peregrinações à Senhora da Conceição, em Vila Viçosa, que foram ininterruptas dos anos 30 até 1975.
Também o sr. D. João, segundo a ata do retiro da Lageosa, redigida em 17 de fevereiro de 1924, foi à Senhora da Conceição que confiou, como padroeira, a Liga que então fundava.
Dezembro 2022, a imagem da padroeira, durante a novena, em várias paróquias da nossa diocese
Depois, foram os acontecimentos da Cova da Iria, com aprovação do culto em a 13 de Outubro de 1930. Estes muito terão contribuído para uma disseminação do culto mariano, desta vez, sob a invocação: “Imaculado Coração de Maria”.
A pujança de Fátima afirmou-se no panorama religioso nacional e internacional. A Festa da padroeira – A conceição de Nossa Senhora, celebra-se, com recurso à matemática, 9 meses antes da festividade que assinala o nascimento da virgem – 8 de setembro; isto é, a 8 de dezembro.
Mas, depois de 1936, pela intervenção do papa - Pio XI, a invocação da padroeira de Portugal não voltou a ser: o dia da «Senhora da Conceição» nem da «Rainha de Portugal» mas, sim, o dia da «Imaculada Conceição».
Pois seja.
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