Avançar para o conteúdo principal

IRMÃ MARIA DOS ANJOS  RAMOS MIGUEL

Quem foi esta irmã?  O que  ela nos contava?

O que sabemos da irmã Maria dos Anjos?

Era uma criança mimada, filha única a quem nada faltava. O pai terá falecido quando ela era ainda muito pequena.

A mãe era uma mulher muito ativa e trabalhadora. A filha era o encanto da mãe.

A irmã Maria dos Anjos faz, ou vai fazer por estes dias 75 anos que veio para a Liga dos Servos de Jesus, pois foi nesta época do Natal, que ela veio fazer um retiro no Outeiro de São Miguel, como acontecia, nesses tempos em todas as férias do Natal e da Páscoa. Com 15 anos, veio com Servas Externas da sua terra Natal, Orca, fazer um retiro no Outeiro de São Miguel. No final sentiu que Deus a chamava a ser Serva de Jesus e decidiu ficar, apesar da insistência das senhoras que a trouxeram que, diziam “não poderiam aparecer na terra sem a levarem e a entregarem à mãe que lha confiara”. Mesmo assim decidiu ficar.

Logo que chegaram e lhe deram a notícia, a mãe pôs-se a caminho do Outeiro de São Miguel para  levar a filha para casa. E ela obedeceu. Foi com a mãe,  mas chegou a casa e não comia, não falava, e a mãe via a filha a definhar. Ela que tinha ficado viúva com 25 anos e aquela filha era a sua companhia e o seu tesouro não podia ficar sem ela. Mas entre ficar doente, ou dá-la a Deus sempre lhe pareceu melhor deixa-la vir e foi a própria mãe que, no dia 1 de janeiro de 1945 a veio trazer novamente ao Outeiro de São Miguel.  Mas as saudades eram tantas que, passado pouco tempo, acabou por deixar tudo o que tinha em mãos, negócio, campos e casa e vir também ela para junto da filha, no Outeiro de São Miguel, onde veio a falecer na altura do 25 de abril de 1974.

A Irmã Maria dos Anjos nasceu na Orca a 26 de março de 1929 e veio para o Outeiro de São Miguel, fazer o retiro, pela altura do Natal de 1944. Ainda não tinha os 16 anos. E foi aqui no Outeiro de São Miguel que ela gastou a sua vida nestes 75 anos. Inteligente, perspicaz e decidida como era:  estudou, deu aulas no primeiro ciclo e prestou cuidados durante algum tempo aos “meninos da Casa de Acolhimento”. Continuou os estudos e foi uma professora exemplar. Lecionou matemática, desenho e mais tarde francês.

Em 1979 , foi nomeada Coordenadora da comunidade, cargo que exerceu até 2009  quando foi nomeada a irmã Avelina Pinto.

Destacou-se pela firmeza e ao mesmo tempo capacidade de acolhimento e atenção às irmãs e a todos os que lhe pediam ajuda. Destacou-se ainda como boa gestora da economia ; sensata nas decisões que tomava,

decidida para  levar por diante aquilo que lhe parecia ser o melhor para o bem da comunidade e da Casa, o amor à Igreja na pessoa dos seus ministros e Bispos Diocesanos.

A preocupação para não faltar à Eucaristia mesmo nesta fase de doença mais prolongada, nestes últimos anos, esteve sempre muito presente.

De referir ainda a quantidade de mulheres, vítimas de violência doméstica a quem ela deu acolhimento  durante o tempo que foi preciso.

Apesar da doença e da idade deixa em todas nós um vazio pois sabíamos bem como ela era amiga das irmãs, nomeadamente, desta comunidade e nela encontramos sempre alguém com quem podíamos contar quando necessário.

Agora pedimos-lhe que interceda, junto de Deus, por nós e pela Liga dos Servos de Jesus , que ela tanto amava…

Outeiro de São Miguel : a ir. Maria dos Anjos nasceu a 26 de março de 1929 e faleceu  a 24 de dezembro de 2019.

Comentários

vasco silva disse…
em homenagem a Irma Maria dos Anjos e senhor Padre Geada nao posso deixar de escrever
falar deles os dois e falar do nosso Outeiro de Sao Miguel cujo as suas vidas estiveram ligadas de forma como nos conhecemos
E falar dos meus padrinhos, como o foram de tantos outros
E olhar por momentos neles os pais que esta vida nos negou
falar deles para quem viveu anos junto deles nesta nossa casa era estar aqui durante varias horas e nao parava de escrever
Falar dos dois , e olhar aquilo que cada um de nos hoje e
como homens e pais de familia
e olhar para dentro e fayer uma reflecao interior e profunda aonde so no silencio encontro a resposta , pois tanto tinha para dizer
Durante anos, nos fizeram acreditar que todos nesta casa , os filhos desta casa eram uma familia apenas e todos faiamos parte da mesma
acreditanto nessa ideia , me dediquei a esta casa porque os varios exemplos que fui vendo atravez do contacto das nossas irmas me transmitiram a coragem e forca que falatava tantas vezes
falar dos dois no dia de hoje e poder encarar o futuro com esperanca de que esta casa tem pes para andar
os dois remormaram esta casa e este colegio e escola
casa essa que parece ter medo de se manter se a escola fechar
quando o Senhor Dom Joao a fez com um proposito bem defenido que todos nos conhecemos , e so depois se fez aqui a escola
hoje e nao so de agora se da mais valor a escola e se esquece o colegio na dimencao que eu conheci e me orgulho ter feito parte
a casa
hoje ja nao ha os filhos da casa , e tudo rola em funcao da escola
deixou de haver pobres , e a esola apenas esta berta para as elites pois so os ricos conseguem pahgar propinas com uma escola publica aberta a escasos kms
percebo e aceito toda a preocupacao em tudo se fazer para manter esta escola a funcionar, mas nao posso aceitar que no passado sendo nos mias de 150 filhos da casa , nos dias de hoje nao se ve ninguem
quando esta casa nao souber aceitar os pobres , criancas vitimas da sociedade deixa de fazer sentido estar aberta
a casa foi criada com um proposito bem defenido
foi um projecto que nasceu da boa vontade do Senhor Dom Joao de Oliveira Matos e seus pares que com o coracao e boa vontade de tantos foi possivel ter aqui chegado
vem a ideia , que so o que da lucro s edeve manter de pe
durante anos assistimos a decadencia e os pobres deixaram de aqui ter lugar
estive no funeral dos dois , e nao se ve filhos desta casa a nao ser aqueles que continuamos aqui ligados pelos lacos criados por esta casa , aqueles que no passado trabalhamos e ajudamos a fayer esta casa
preocupa-me que nos dias de hoje se olhe apenas para a escola e se esqueca o colegio na suas vertentes
pedagogicas e social
quando se fala no Carisma do seu fundador
preocupa , as vocacoes pior que isso preocupa o afastamento de tantos que como eu fizeram parte desta familia e que e importante poder contar
e porque fazemos parte desta familia , vivemos em silencio ao desenrolar dos aconetcimentos na esperanca que possamos ver a nossa casa a funcionar como a conhecemos no passado
o desaparecimento da Irma Maria dos Anjos e Senhor Padre Geada deixa um vazio enorme em todos nos, mas ao mesmo tempo uma alegria poder ter privado com eles e com eles ter feito parte desta casa e desta Obra
sao tantas as coisas que podia dizer sobre os dois mas prefiro guardar na minha memoria
cabe agora a outros a responsabilidade de manter a casa aberta e tudo fazer por a conseguir manter a funcionar
uma casa aberta ao mundo, aonde uma crianca pobre , orfao, abandonada vitima de maus tratos possa nestas paredes simplesmente SONHAR ...

Obrigado aos dois por tudo .
Obrigado por terdes feito parte desta casa e desta Obra
Obrigado aos dois , porque me ajudaste a crescer



vasco sempre amigo sereis sempre lembrados









Mensagens populares deste blogue

Celebração do 101.º Aniversário da Liga dos Servos de Jesus com Enfase no Jubileu e na Centralidade da Pessoa Humana

A Liga dos Servos de Jesus assinalou no dia 11 de fevereiro de 2025 os seus cem anos mais um. O 101.º aniversário havia já sido assinalado, através de oração de ação de graças, no dia 13 de fevereiro, na capela de São Pedro da Guarda, com adoração ao Santíssimo Sacramento. Outras iniciativas pessoais e comunitárias terão, com certeza, lembrado a efeméride, mas o ponto alto, em que toda a Liga – Servos internos, externos, simpatizantes – foi convidada a reunir-se, aconteceu no dia 15 de fevereiro, no Outeiro de São Miguel. Pelas 15h00 teve iniciou a recoleção em que foi orador o Superior Geral, D. Manuel da Rocha Felício. Introdutoriamente, explicou que nos reuníamos para assinalar 101 anos que “fazem parte, de certa maneira, de os que aqui se encontram”, já que prevalece o “Carisma que nos toca, e de que maneira, a todos nós”. Aproveitou ainda para saudar o Pe. Manuel Igreja Dinis, além presente, lembrando que o Centro de Espiritualidade, que o sacerdote dirige, “tem uma importância ma...

Celebração em Ação de Graças pelos 101 anos da Fundação da Liga dos Servos de Jesus

Hoje, 13 de fevereiro, amigos, simpatizantes e membros da Liga dos Servos de Jesus reuniram-se na capela de São Pedro, na Guarda, em ação de graças pelos 101 anos da Fundação da Liga. Não sabemos se foi em resposta ao convite da coordenadora Geral, Irene Fonseca, ou a outros sinais do Espírito Santo, mas muitos se juntaram para celebrar.   A oração foi presidida pelo reverendo P.e Alfredo Pinheiro, que conduziu a hora santa com a profundidade a que já nos habituou. Além do guião com cânticos, monições e leituras bíblicas, escolheu também textos do venerável D. João de Oliveira Matos. A celebração foi um momento de profunda união entre Deus e todos os presentes, refletindo a importância da Eucaristia na vida da Liga dos Servos de Jesus ao longo de mais de um século de existência. Que este tema escolhido: "A vida" continue a fortalecer a fé de todos os que se juntaram para celebrar esta data significativa, bem como aqueles que quereriam mas não puderam estar presentes.  No ...

homenagem e respeito pelo legado de Hipólito Monteiro Oliveira.

 A 5 de novembro de 2024, partiu para a Casa do Pai, após doença prolongada, o servo externo Hipólito Monteiro Oliveira, com 86 anos (20/08/1938). Era filho de José Oliveira e Ilídia Monteiro, de uma fratria de quatro irmãos, casado com a senhora D. Maria de Lurdes Pina. Era pai da senhora D. Margarida Maria Pina Oliveira e de José Manuel Pina Oliveira, ambos funcionários nas bibliotecas de Sabugal e Cantanhede. Falava com muito orgulho das suas netas optometristas, filhas da D. Margarida, e do seu neto médico anestesista, filho do senhor José Manuel. O senhor Hipólito foi sempre um homem dedicado ao trabalho nas suas múltiplas funções, das quais destacamos: construía as suas casas, que dizia serem para os filhos, mas, se surgisse uma oportunidade rentável, fazia negócios para assegurar a saúde financeira da família. Era, para a Igreja e para obras de caridade, um generoso e bom contribuinte. Exerceu ainda a atividade de fotógrafo e encadernador, com oficinas montadas. Era um homem...