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Sirva-nos de meta o pedido de D. João e que quisemos apontar para este mês de fevereiro na dinâmica de sermos apóstolos:

                                                                             
CARIDOSOS,                                                                                

                    DISCRETOS,

                                             RESPONSÁVEIS!

É sobejamente conhecido o valor do prato de lentilhas que, naqueles tempos, adquiriu para Jacob o direito de primogenitura em detrimento de Esaú. (cf. Gn. 25,29 ss.) Hoje não falamos de lentilhas mas recordamos uma outra leguminosa.
Diz o povo simples, na sua sabedoria peculiar: “Nem Cristo que era Deus, agradou a todos”, para de imediato podermos intuir ‘quanto mais nós, simples mortais, por muito perfeitos que possamos ser’.
É cada vez mais reduzido o número das Servas de Jesus cuja escolha e aceitação na Liga e nas diferentes comunidades, depois do Sr. D. João morrer, foram feitas pelo teste do número e da cor dos célebres “feijões”. Quais as irmãs que poderão ter passado incólumes no seu teste? Quantas não terão sido “penalizadas” nesse crivo drástico e tão vulnerável sempre sujeito a erro humano? Não se sabe. Pretendendo salvaguardar o anonimato e a caridade procurava-se com ele, penso eu, salvaguardar a verdade e a colaboração com ‘a vontade de Deus’ em ordem a uma realizadora escolha vocacional em favor da candidata. Ter-se-á alcançado sempre? Deus o saberá. Fosse como fosse, Deus sabe sempre “escrever direito”, sejam as linhas “direitas ou não”.
Estou também convicto que, volvidos tantos anos de serviço, entrega, doação e amor ao Senhor e à construção do Seu Reino, por muitos que tivessem sido esses “feijões pretos”, os mesmos já se terão tornado bem “alvos, fecundos e repletos de sentido”.
Por vezes dou comigo a pensar: E se Deus utilizasse este mesmo mecanismo humano nos muitos chamamento que vai fazendo? Quem escaparia incólume e sem reparo algum? Ninguém. Pergunto mais: haveria porventura um só feijão branco na nossa escolha vocacional? Se houve, ele revela a misericórdia e as maravilhas de Deus. Todos somos pecadores pois concebidos sem a Graça. Entendo assim o que escreveu S. Paulo: “Pois o que faço, não o entendo; porque o que quero, isso não pratico; mas o que aborreço, isso faço (…) Miserável homem que eu sou! Quem me livrará do corpo desta morte? Só a Graça a Deus, por Jesus Cristo nosso Senhor! (Rom. 7. 15)
Só Jesus Cristo e sua mãe são um “SIM PLENO” ao Pai. Jesus pela sua essência e missão, Maria porque assim tornada por Deus e também graças à sua fidelidade na missão livremente aceite; Jesus porque Deus e Homem Novo, Maria por singular privilégio e em atenção ao seu próprio Filho.
Só Jesus, tomando sobre si as nossas faltas, nos redimiu das mesmas, apresentando-nos, por seu intermédio, agradáveis ao Pai. Deus fez daquele que não tinha pecado algum a oferta por todos os nossos pecados, a fim de que nele nos tornássemos justiça de Deus”. (2ª Cor. 5,21). Por nós Ele se deu, para que n’Ele, pudéssemos ser definitivamente do Pai constituindo parte do seu louvor.
A nossa grande missão é sermos de Deus.
Apesar de todas as nossas faltas e de tudo o que nos possa afastar de Deus, na sua misericórdia infinita, Ele não se cansa de nós e por mais pecadores que sejamos somos todos convidados à única Vida que Ele é. Por mais que os outros nos possam rejeitar, o mesmo não acontece com o nosso Deus. A porta do “banquete” há de manter-se  sempre aberta. A mesma só se fechará se nós o fizermos.
Nenhum de nós, só por si, agrada a Deus. Ele é que se agrada de nós. Assim o diz o profeta Ezequiel: “Mais tarde, quando passei de novo perto de ti, vi que tinhas alcançado uma idade suficiente para amar; então, gentilmente, estendi a minha capa sobre ti e cobri a tua nudez. Em seguida, fiz um juramento e celebrei uma Aliança contigo e tu passaste a ser minha amada!” (Ez. 16,8)
Entendemos deste modo, o que Paulo ensina à comunidade cristã de Roma: “É assim que Deus demonstra o seu amor para connosco: quando ainda éramos pecadores é que Cristo morreu por nós. E agora que fomos justificados pelo seu sangue, com muito mais razão havemos de ser salvos da ira, por meio dele”(Rom 5,8).
Ele limpa-nos de todos “feijões pretos” que existindo em nós e apontados pelos outros, nos reprovem diante d’Ele. Basta que nós deixemos.
Assim purificados: “Vós, como eleitos de Deus, santos e amados, revesti-vos de sentimentos de carinhosa compaixão, bondade, humildade, mansidão, paciência. Suportai-vos  uns aos outros e perdoai-vos  mutuamente toda vez que tiverdes queixa contra alguém.  Como o Senhor vos perdoou, assim perdoai também vós.  Mas, acima de tudo revesti-vos do amor que é vínculo da perfeição.( Colossenses 3, 12-14).
Sirva-nos de meta o pedido de D. João e que quisemos apontar para este mês de fevereiro na dinâmica de sermos apóstolos:
“ Na lealdade, doçura e caridade fraterna manifestar a nossa opinião,

ainda que seja diferente”.

(Amigo Verdade nº 245/1931)

 
Guarda 01-02-2018

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P. Alfredo Pinheiro Neves

Assistente Geral
 
 
 
 
 


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