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"Francisco: como tu, nós queremos sentir Deus no nosso coração e dar-lhe alegrias...; Jacinta: como tu nós queremos ser como Jesus ajudando sempre os outros e rezando por eles ..."


                                    CANDEIAS DE DEUS                                          
Duas criancitas, não mártires, brilham para sempre, como candeias de Deus, imersas na única LUZ do mundo que é Jesus Cristo. Assim foram proclamadas cem anos depois da “Senhora mais brilhante que o sol” se lhes ter manifestado desafiando-os, cada qual a seu modo, a serem instrumentos e mensageiros da paz, da conversão e vasos transbordantes da misericórdia e da grandeza de Deus. São elas Francisco e Jacinta Marto.
Nos tempos de hoje, simpatizo com a discrição e simplicidade das atuais lâmpadas “LEDS”. Estes parecem ser a iluminação do futuro. Energia limpa, económica e duradoira.
Não me esqueço, contudo, da “ternura” daquela velha candeia que minha mãe sempre apagava depois de eu adormecer na camita da minha infância. Colocada estrategicamente, no prego ferrugento da exígua sala, ou no canto mais adequado da fumarenta cozinha, brilhava com a sua luz mortiça iluminando as necessárias, e duras tarefas das longas e frias noites de inverno. Quantas vezes, nas cansadas mãos de meus avós, lhes iluminava o caminho até junto das incansáveis mós, que trituravam o grão de centeio ou milho, reduzindo-o a farinha. Foram noites inesquecíveis, mas nem sempre pelos melhores motivos …
Nunca me foi permitido “brincar” com essa velha candeia, nem tão pouco a pude utilizar sem as devidas precauções. Hoje percebo perfeitamente essas exigências mas, nessa altura, a sua  ténue luz era mais que sedutora e tê-la nas mãos muito mais que tentador!
Quando olho os recentes painéis dos pastorinhos de Aljustrel, colocados na fachada da basílica para a sua canonização, seduzem -me as candeias que cada qual transporta consigo. Os pastorinhos são de facto as novas “candeias de Deus”.
Nas “trevas” que os cercava eles mantiveram-se fiéis; Na “missão” que lhes foi pedida foram sempre generosos; Nos “lugares” onde tiveram de estar excederam-se em alegria, serenidade, confiança e paz; A quem lhes solicitava algo, foram os primeiros a irem muito mais além do que lhes era pedido. Quando fisicamente se “apagaram” a sua luz e o seu brilho permaneceram. Muitos não os compreenderam e, ainda hoje, há quem os não aceite, mas ninguém deixa de usufruir da suas graças, dos seus benefícios e da sua intercessão. Francisco e Jacinta “brilham” na ternura da sua doação ao Deus imenso e à Igreja em conversão.
Se a Igreja celebra pessoas ilustres pelos serviços de “alto vulto” prestados ao Povo de Deus, Jacinta e Francisco, irmãos de sangue, brilharão para nós e de modo definitivo, na vertente de uma generosa simplicidade e na grandeza de quem, sendo tão pequenino, maior capacidade teve de entender Deus e de amar o Seu Mistério.
Deixemos que a Luz dos pastorinhos, tão suave e indiscritível, mergulhe em nós, acendendo a candeia que devemos e queremos ser também.

Guarda, 01-07-2017

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P. Alfredo Pinheiro Neves

(Assistente Geral)

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