MARCADOS PARA A VIDA
Vivendo intensamente os mistérios da
Paixão e Morte de Jesus Cristo entramos no mês de abril para nele celebrarmos
também as alegrias da Ressurreição e da vida definitiva.
Aquela ânsia incontida dos nossos primeiros
pais: “não morrer e ser como Deus”
(Gn. 3,5), aquela busca - conquista e posse definitiva da “terra de uvas, romãs e figos; onde corre leite e mel” (Núm.3,1-4),
a liberdade plena, a Aliança definitiva e salvífica, o ser povo de Deus e ter
Deus como aliado, realizaram-se plena e admiravelmente naquela Noite - Páscoa e
na madrugada da Ressurreição do Filho de Deus, Jesus Cristo.
A dois mil e tal anos de distância, “o Mistério Pascal” mantém todo o seu
fulgor, a sua vitalidade e toda a sua eficácia em nosso favor. Chamados por
Deus à existência, redimidos por Jesus Cristo das limitações que o género
humano abraçou, graças à Sua Paixão, Morte e Ressurreição, guiados no nosso caminho
pela Luz verdadeira e fortalecidos com o Pão que é para sempre, somos marcados por
Deus para a Vida.
É por isso que a nossa “passagem neste mundo” constantemente se
deve revestir de Esperança, tendo por base a Fé, na Palavra Ressuscitada e
Ressuscitadora.
Têm pleno sentido as palavras orantes de
Jesus: “Todos
os que o Pai me dá virão a mim; e quem vier a mim Eu não o rejeitarei, porque
desci do Céu não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me
enviou. E a vontade daquele que me enviou é esta: que Eu não
perca nenhum daqueles que Ele me deu, mas
o ressuscite no último dia”(Jo. 6,37ss).
O nosso destino é viver
eternamente e sempre com Deus. Ele é a fonte da qual brotamos. Destinou-nos a sermos
seus filhos. O nosso destino é entrar na Vida Eterna. Esta encontra-se e começa
a saborear-se já neste mundo sob a forma de “Penhor”. Todos os que pertencem a
Jesus, com Jesus chegarão ao Pai. Melhor ainda: “Se alguém me ama, meu Pai o amará, nós viremos a ele e faremos nele a
nossa morada”.
Mais que marcados para
a Vida, é a Vida que se debruça sobre nós e nos faz viver. A vida cristã
consiste numa caminhada até à Pátria definitiva. A nossa vida cristã é esse contínuo
“semear” na corruptibilidade para se chegar à incorruptibilidade. É o morrer
quotidianamente e o ressuscitar para Deus.
Com a Encarnação do
Verbo foi definitivamente semeado, na natureza humana, a semente perene da qual
brota misteriosamente a Vida. No Verbo encarnado toda a humanidade foi
transfigurada. Diz-nos S. Paulo: “Se
alguém está em Cristo é uma nova criatura”.
É necessário estar em
Cristo e agir como Cristo. Aqui sim, está o mais difícil. “Nós sabemos que passamos da morte à vida, porque amamos os irmãos. Quem
não ama permanece na morte” ( 1ª Jo. 3,14).
Não basta estar marcado
para a Vida; é preciso viver a vida e na Vida. O critério de aferição é
necessariamente Jesus Cristo. O Amor a Jesus não deixa de estar conjugado com o
amor aos irmãos pois foi desse modo que Jesus, enviado pelo Pai, realizou a Sua
missão.
À Sua semelhança não deixemos de amar os
nossos irmãos. Assim chegaremos à plenitude da Vida.
“Se a nossa vida sobre a terra é
tão breve e fugaz (…) que insensatez não atender à Eternidade” (D. João 265/ 1932).
Boa Páscoa em Cristo Ressuscitado.
Aleluia! Aleluia!
Guarda 01-04-2017
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P. Alfredo Pinheiro Neves
Assistente Geral
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