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Mensagem do Assistente Geral da Liga dos Servos de Jesus para o mês de março



  Em Dinâmica Quaresmal
                                                                  
Em plena Quaresma, somos convidados, uma vez mais, a entrar em dinâmica de conversão. Não tarda muito que celebremos a ressurreição de Jesus Cristo. Esse é o Mistério dos Mistérios. O definitivo. Até lá urge a nossa conversão como resposta ao apelo de Deus. “ Eu não quero a morte do pecador, mas sim que se converta e viva”; “Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância”; Não é a morte do pecador que me interessa, mas sim que ele se converta e viva”.
A vivência do tempo quaresmal e a nossa conversão hão-de constituir o ato mais expressivo do nosso existir, quer por nos darmos conta da dignidade a que somos chamados, “A qual dos anjos disse Deus alguma vez: Tu és meu filho…?”, quer por causa do plano de amor divino em que fomos inseridos desde sempre, quer ainda por reconhecermos aquilo em que, muitas vezes e por culpa própria, caímos.  Quanto a nós, criaturas mortais, somos de facto “filhos de Deus e ainda se não manifestou o que havemos de ser”. Nessa altura Transfigurados por Ele e n’Ele, amá-Lo-emos eternamente
Sabemos que sendo filhos de Deus, somos também participantes da Sua natureza divina já que Jesus Cristo, o Verbo encarnado, assumiu em si a nossa humanidade. É  por essa graça que integramos e constituímos o corpo místico de Cristo, a Igreja. Também não podemos esquecer que Deus amor nos habita e somos presença e morada de Deus entre os demais.
Mas o que nos identifica ainda com o Nosso Deus é a possibilidade efetiva de dizermos não a esta proposta de Deus. O exercício da nossa liberdade faz-nos senhores do nosso próprio destino. Dizia Santo Agostinho: “… Deus que te criou sem ti, não te salvará sem ti”.
É agora o tempo favorável de analisarmos a nossa situação diante de Deus. Tomarmos ainda consciência de que para além da Grandeza a que somos chamados, estamos revestidos de inúmeras limitações e até de pecado. Sobre este aspeto ensina-nos a Igreja magistralmente:
…. os desequilíbrios que atormentam o mundo moderno estão ligados a um desequilíbrio mais profundo, que se enraíza no coração do homem. No íntimo do próprio homem, muitos elementos lutam entre si. De um lado, ele experimenta, como criatura, suas múltiplas limitações; por outro, sente-se ilimitado em seus desejos e chamado a uma vida superior. Atraído por muitas solicitações, é continuamente obrigado a escolher e a renunciar. Mais ainda: fraco e pecador, faz muitas vezes o que não quer e não faz o que desejaria. (…) é em si mesmo que o homem sofre a divisão…”
“(…)A Igreja, porém, acredita que Jesus Cristo, morto e ressuscitado por todo o género humano, oferece ao homem, pelo Espírito Santo, luz e forças que lhe permitirão corresponder à sua vocação suprema; ela crê que não há debaixo do céu outro nome dado aos homens pelo qual possam ser salvos”.
Encontrar este Jesus morto e ressuscitado, acreditar nele, entregar-se a Ele e fazer d’Ele razão de viver, é entrar na salvação oferecida por Deus Pai. É realizar a “metanóia”; é, mediante a fé, passarmos à Esperança e desta à caridade, bilhete singular da nossa identidade cristã.
Não deixemos de responder ao apelo do Papa Francisco para a vivência desta quaresma: “ Fortalecei o vosso coração”, tornemo-lo igual ao de Jesus. Verdadeiramente misericordioso. Que essa misericórdia reverta a favor do nosso irmão; onde está o teu irmão?” A indiferença e a tentação do fechar-se em si mesmo devem ser banidas de todos nós. Se tal não acontecer seremos membros de Cristo que sofrem e motivam o sofrimento dos outros membros do mesmo corpo. “ Se um membro sofre, sofrem todos os outros membros”.
 
Guarda, 01-03-2015

P. Alfredo Pinheiro Neves

(Assistente Geral)

 

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