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IRMÃ MARIA TERESA CORREIA


Maria Teresa Correia nasceu no lugar da Sequeira – Guarda, no dia 20 de Dezembro de 1944. Juntamente com seu irmão eram a alegria de seus pais. Seu irmão optou pelo matrimónio do qual nasceram dois filhos e uma filha. Esta antecipou-se e ‘partiu’ primeiro.

Teresa Correia enamorou-se de um outro ideal. Atravessando o pequeno monte, por um dos muitos atalhos, veio a encontrar-se com a Obra de D. João de Oliveira Matos que florescia no sítio da Pombeira, rebatizado, nessa altura, com o nome de Outeiro de S. Miguel. Não sabemos quando nem tão pouco o porquê da sua escolha. A verdade é que desde sempre pugnou pelo ideal escolhido e em tudo procurou que ‘Jesus reinasse’. Fazer Jesus reinar, foi o seu lema de vida.

Possuindo a antiga ‘quarta classe’ a verdade é que na questão de ‘ler, escrever e contar’ não deixava os seus créditos por mãos alheias. Primava em querer saber sempre mais e tinha sempre algo a perguntar para ficar mais elucidada. Assim pedem as atitudes que o Ideal dos Servos de Jesus requer: ‘estudiosos e aplicados’.

Serva obediente percorreu diversos locais da Obra de D. João. Recordo entre outras: Fundão (Lar D. Isabel Trigueiros), Seminário Menor (por duas vezes), Centro Apostólico, Manteigas, Celorico da Beira, Santa Luzia e finalmente como utente do Centro de S. João de Deus.
Onde quer que se encontrasse facilmente deixava transparecer o seu ideal e sonho: D. João de Oliveira Matos, os Seminários, a Eucaristia, total disponibilidade para servir e vontade de aprender. Incapaz de estar ociosa depressa buscava algo que fosse útil. Trabalhadora incansável a tudo deitava mão. Quando chamada ao serviço árduo da cozinha respondia cabalmente confecionando os pratos mais diversos, em quantidade e qualidade.

Conheci-a, mais de perto, na equipa educadora do Seminário do Fundão. Decorriam os anos 1985-1990. Prestava auxílio vigiando o estudo dos mais pequenos. Acolhedora lá lhes respondia, dentro das suas possibilidades, às perguntas e dúvidas que pareciam ter. Depois dos deveres de piedade, o tempo livre ocupava-o com os trabalhos do campo.

Nos fins de semana, o seu ‘dever’ era cozinhar. Trabalho exigente, discreto e que não permite grandes tempos livres. Eu saí. Ela permaneceu. Reencontrámo-nos anos mais tarde.

A vontade de servir, ser útil e estar ocupada eram as suas paixões. Mais tarde, nos anos de 2002-2003 voltou ao mesmo Seminário. De imediato, uma outra missão chamou-a para um novo campo.

Novas paragens, novos trabalhos, sempre o mesmo espírito de servir e de rezar. Sempre o seu amor a D. João. Formação que houvesse aí estava presente.

A doença colheu-a de modo repentino. Faltaram-lhe as forças…cansava-se. Custava chegar à Sé catedral. Teve de recolher no Centro de São João de Deus. Foi uma luta titânica. A irmã Teresa nunca se cansava de viver e de lutar. Aceitando a vontade divina queria servir os outros durante mais tempo.

Fui surpreendido com a sua entrada no Hospital. Esta etapa foi breve. Mais surpreendido fiquei com a sua ‘partida’ para a casa do Pai. Dia 11 de Junho, Dia do Corpo de Deus. Dia de Jesus Eucaristia a quem tanto queria e procurava.

Eu sei... Pessoalmente tinha-lhe prometido uma visita muito em breve. Mas a ‘pandemia’ acabou por alterar tudo. Fiquei em dívida para com ela. Hoje quis reparar o prometido. Assim, neste dia do Corpo de Deus, apliquei a eucaristia de modo especial por ela e suas intenções. Amanhã recordá-la-ei de novo.

Que junto de Jesus, O louve eternamente e jamais deixe de interceder por todos nós e por todos os membros que vivem o ideal de D. João. Esta será a sua ‘nova’ e nobre missão.

Por tudo o que realizou no Seminário, respondendo generosamente a tudo quanto lhe fui pedindo, o meu obrigado.

Que Deus seja a sua recompensa e que o seu sorriso, sempre sincero, ecoe para sempre nesses jovens, agora homens feitos e com filhos, a quem inteiramente se dedicou com muita generosidade, dedicação e sacrifício.

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