Só com Ele e n’Ele não nos faltarão a luz e o ar, que é como quem diz: Nem o Amor, nem a Vida Eterna. Só Ele é “Janela rasgada” em NATAL/RESSURREIÇÃO
TODOS OS DIAS DE 2018
- ENTRELAÇADOS NUMA TEIA
DE COMUNHÃO E DE SERVIÇO -
Simpatizo com o poeta António Gedeão, de seu nome: Rómulo Vasco da Gama Carvalho, o homem
da “Pedra Filosofal” e de “ Lágrima de preta”. Reli, há pouco, um
outro poema dele: “Aurora Boreal”.
(vai no fim a título de
curiosidade). Ao relê-lo o mesmo serviu-me de base para
o que passo a escrever.
Estamos no início de mais
um ano civil. São trezentos e muitos dias que o calendário nos assinala. Todos eles
irão ser diferentes para cada um de nós. Será oportunidade única “entrar” por
cada um deles e naquilo que mais têm de genuíno. Em cada um haverá um
acontecimento, um desafio, uma surpresa, um outro irmão ou irmã, alguém
diferente de mim mesmo. A ligá-los entre si estará o Único Caminho, a única
Luz, o Único Amor, o verdadeiro Serviço do Servo de todos. Estará o Verbo
Eterno, Jesus, o Filho Unigénito de Deus, o Irmão de todos.
Este ano de 2018, tal
como os outros, marcará mais uma etapa da nossa vida. Quantas etapas não
vivemos já... Cada uma delas terá sido, qual porta de comunicação, qual janela
a servir uma necessidade, qual lugar seguro de abrigo, qual recanto de
confidências tão secretas quanto vitais, ou como algo que só cada um de nós sabe.
Os anos vividos são
como as “janelas” de que nos fala o poeta.
Todos somos sujeitos
ativos das nossas, muitas e variadas, vivências, mas é Deus o seu sustento e o garante
de cada uma delas; Construímos sonhos vários, mas será só Deus a pôr o alicerce
firme em cada um deles; Levantamos projetos, mas todos serão em vão, se não for
Deus a edificar connosco; Caímos e recomeçamos, mas de nada nos servirá o esforço
feito, se não for Ele a levar até ao fim a nossa intenção e boa vontade.
Todos os dias deste
novo ano, sejam eles muitos ou poucos, se hão-de entrelaçar entre si, numa teia
de comunhão e de serviço, de dedicação e de entrega, de ajuda e de presença
face ao outro. Em cada um deles havemos de nos cruzar com o nosso Deus, também
presente em cada irmão. Ele tudo abarca. No declinar de cada dia, haveremos de
O reencontrar no nosso íntimo, precisamente onde ninguém mais entra.
Nos nossos êxitos, não
O queremos ignorar; nas dificuldades, Ele mesmo se oferecerá como ajuda
preciosa; nos nossos fracassos, será Ele a dar o primeiro passo; cada segundo que
possamos viver, só Ele no-lo proporcionará. Ele é o nosso viver.
Sem Ele, nada conseguiremos;
com Ele, tudo joga a nosso favor. “N’Ele nos movemos, existimos e somos”. No início
deste novo ano, a Ele nos entregamos. Conhecendo e aceitando a Sua vontade
jamais deixaremos de ser atendidos.
Só com Ele e n’Ele não
nos faltarão a luz e o ar, que é como quem diz: Nem o Amor, nem a Vida
Eterna. Só Ele é “Janela rasgada”
em NATAL/RESSURREIÇÃO
Próspero e feliz Ano Novo!
Guarda 01-01-2018
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P.
Alfredo Pinheiro Neves
Assistente
Geral
AURORA BOREAL
Tenho quarenta janelas,
Nas paredes do meu quarto,
Sem vidros nem bambinelas, Posso ver através delas, O mundo em que me reparto. Por uma entra a luz do sol, Por outra a luz do luar, Por outra a luz das estrelas, Que andam no céu a rolar. Por esta entra a Via Láctea, Como um vapor de algodão, Por aquela a luz dos homens, Pela outra a escuridão. Pela maior entra o espanto, Pela menor a certeza, Pela da frente a beleza, Que inunda de canto a canto. Pela quadrada entra a esperança, De quatro lados iguais, Quatro arestas, quatro vértices, Quatro pontos cardeais. Pela redonda entra o sonho, Que as vigias são redondas, E o sonho afaga e embala, À semelhança das ondas. |
Por além entra a tristeza,
Por aquela entra a saudade, E o desejo, e a humildade, E o silêncio, e a surpresa. E o amor-dos-homens, e o tédio, E o medo, e a melancolia, E essa fome sem remédio, A que se chama poesia.
E a inocência, e a
bondade,
E a dor própria, e a dor alheia, E a paixão que se incendeia, E a viuvez, e a piedade. E o grande pássaro branco, E o grande pássaro negro, Que se olham obliquamente, Arrepiados de medo. Todos os risos e choros, Todas as fomes e sedes, Tudo alonga a sua sombra, Nas minhas quatro paredes. Oh janelas do meu quarto, Quem vos pudesse rasgar, Com tanta janela aberta, Falta-me a luz e o ar. ANTÓNIO GEDEÃO |
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