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Exortação Apostólicia do Papa Francisco-"alegrai-vos e exultai" no.7 « Gosto de ver a santidade no povo paciente de Deus:nos pais que criam os seus filhos com tanto amor, nos homens e mulheres que trabalham a fim de trazerem o pão para casa, nos doentes, nas consagradas idosas que continuam a sorrir...Esta é muitas vezes a santidade "ao pé da porta", daqueles que vivem perto de nós e são um reflexo da presença de Deus.


OS SANTOS SEMPRE À NOSSA MEDIDA!

Seremos capazes de imaginar as figuras/imagens de: S.ta Bertila, S.ta Clotilde, S.ta Larissa, S. Guilherme de Burges ou S. Leonardo de Oblac? Talvez não. Mas conhecemos e identificamos, certamente, a imagem de S. João Paulo II, S. Francisco de Assis, S. Francisco de Assis e S.ta Jacinta Marto, S.ta Terezinha do Menino Jesus ou a Madre Tereza de Calcutá. Todos eles existiram historicamente.

Somos realmente muito limitados. Onde quer que estejamos, precisamos sempre de reconhecer algo que nos leve à imagem/figura de determinada pessoa ou realidade. Poderá até ser uma simples pintura, bem longe daquilo que possa ter sido a realidade, todavia precisamos dela, tanto no espaço, como no tempo. Por isso tudo se “configura” à nossa medida. Bem diz o povo: “… até a tranca da porta se parece com o seu dono”.

Julgo não errar muito quando afirmo que também os ‘Santos são à nossa medida’. Cada um de nós que o diga.

Acabamos de celebrar os Santos Populares. De tão populares que são, ninguém há que os não reconheça. Eles são à medida de todos nós. Durante a nossa vida escolhemos esta e não aquela imagem; cativa-nos a expressão deste santo e não tanto aquela; preferimos vê-los deste modo e não daquele. Seduz-nos o modo de ser deste e não tanto o do outro. Gostamos ou não das suas imagens e até sentimos mais devoção e apreço por esta e não por aquela. Somos assim!

Os Santos serão sempre à nossa medida. Falo agora numa outra perspetiva e explico-me:

Como pessoas concretas e históricas, todos os santos foram enriquecidos por Deus com múltiplos dons, em maior ou menor quantidade; defeitos e limitações nenhum houve que os não tivesse. Eles foram mais que muitos; tal como nós, oriundos do mesmo “barro”, os santos foram chamados à vida por vontade do nosso Deus e nela se mantiveram por infinito amor. Tratados como filhos adotivos, também eles foram salvos e redimidos gratuitamente na misericórdia divina; em tudo foram pecadores, sem deixarem de fazer tudo para voltarem à “Casa Paterna”. Comprometidos com Deus, tudo Lhe doaram; tanto os mais ricos como os mais pobres, todos fizeram da sua existência uma oferta generosa ao seu semelhante. Em todos eles existiu uma única santidade, manifestada nos modos mais diversos de servir. Todos foram à sua e à nossa medida. Nós é que divergimos deles, por não sermos à sua medida.

Os Santos, de pecadores, pela graça de Deus, converteram-se em misericórdia; De pessoas rudes tornaram-se bem-aventurados; de estrangeiros passaram a concidadãos da Pátria Celeste; de carenciados tornaram-se misteriosos dispensadores da Graça; de necessitados passaram para o patamar de intercessores; de mendigos de Deus a precioso auxílio para as nossas necessidades mais diversas. De pessoas fracos a verdadeiros vencedores tão violentos que arrebataram o Reino dos Céus; de excluídos tornaram-se parte integrante da Glória da Trindade.

É assim que eles nos conseguem seduzir. Se eles foram assim, porque não nós? O seu desafio é uma constante; a sua ajuda e intercessão é uma oportunidade; a sua maneira de ser uma aposta sem limites, não para a repetir mas para viver de modo diferente. Os santos são sempre à nossa medida. Só assim os admiramos. Como é rico de significado um dos seus prefácios eucarístico:



Senhor, Pai Santo (…) Vós sois glorificado na assembleia dos Santos e, ao coroar os seus méritos, coroais os vossos próprios dons. Na sua vida dais-nos um exemplo, na comunhão com eles uma família e na sua intercessão um auxílio, para que confirmados por tão grandes testemunhas, possamos vencer o bom combate da fé e receber com eles a eterna coroa de glória, por Cristo nosso Senhor.



A vida jamais se repete. Muito menos Deus se repetirá. Ele é Fonte inexaurível. Os santos são mesmo à nossa medida sem deixarem de ter sido à medida de Deus, O Incomensurável.









Guarda 01-03-2018



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P. Alfredo Pinheiro Neves

Assistente Geral

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