Nascida a 5 de outubro de 1942 em Manteigas, a Irmã Cruz cresceu no patronato dessa vila, para meninas da mesma idade. Já adulta nas suas decisões e entrega, do Outeiro de São Miguel era-lhe destinado onde viver e servir.
Na Orca, dedicou-se às crianças e, no Fundão, cuidou de crianças também, mas os pequenos seminaristas. Posteriormente, passou pelo Centro Apostólico e, desde dezembro de 2012, servia no Seminário Maior da Guarda.
Vítima de um aneurisma no coração, não operável, a Irmã Cruz estava muito consciente do seu estado de saúde irreversível e em declínio. Desde 9 de dezembro, encontrava-se nos cuidados paliativos no Fundão. Todo o seu sofrimento foi oferecido pelo seminário e pela Liga dos Servos de Jesus.
Faleceu ontem dia 22 de fevereiro, acompanhada pela sua família terrena, na pessoa da sobrinha, e pela família espiritual, na pessoa da coordenadora geral da Liga dos Servos de Jesus, Irene dos Santos Fonseca. O funeral realizou-se hoje, dia 23 de fevereiro, às 14h30, com missa na Capela da Casa de Santa Luzia, na Guarda. Catorze sacerdotes e um diácono permanente, apesar de ser domingo, concelebraram com o administrador apostólico, D. Manuel da Rocha Felício. Nas primeiras palavras dirigidas aos presentes, o presidente da celebração foi claro: estávamos ali para dar graças, confortarmo-nos e alegrarmo-nos no Senhor, pelo dom que foi, para nós, a vida da Irmã Cruz.
A causa da Irmã Cruz foi Jesus, a Igreja e o seu reino. Toda a sua vida foi serviço a Jesus Cristo.
Onde esteve, desempenhou um papel importante com a sua simplicidade, discrição e humildade. Tinha a sua atenção voltada para quem chegava e para quem partia. Esta é a impressão que guardamos, todos, na nossa memória.
A vida da irmã Cruz ajuda-nos a visualizar e compreender o que dizia o Sr. D. João acerca do sorriso com que devíamos receber o próximo: "um sorriso apenas natural, que atraia para nós mas, um sorriso sobrenatural que leve para as pessoas Deus". Como testemunhou o Sr. D. Manuel, na homilia da missa de sufrágio, Jesus é a pessoa entre nós que comunica vida, e nós, junto da Irmã Cruz, sentíamos sempre a comunicação de vida, dedicação, atenção e acolhimento em todas as circunstâncias. Isto é dar vida, porque a vida é relação com Deus, em primeiro lugar, e também relação de qualidade uns com os outros. A Irmã Cruz ensinou-nos a viver com qualidade.
E, ainda segundo a mesma homilia, o estilo de vida da Irmã Cruz, foi: ser misericordiosa como o Pai do Céu era misericordioso com ela; ser atenciosa e dedicada.
Para aqueles que desejarem juntar-se à sua família biológica e à espiritual na missa de 7º dia, esta será celebrada na próxima sexta-feira, último dia do mês de fevereiro, na Sé da Guarda, às 18h00.
Que a Irmã Cruz descanse em paz e que o seu exemplo continue a inspirar-nos a todos.
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