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Recoleção de Advento: "Um Caminho de Conversão e Contemplação"

 No dia 14 de dezembro de 2024, no Centro de Espiritualidade D. João de Oliveira Matos, Outeiro de S. Miguel, servas internas, servos externos, amigos e simpatizantes puderam usufruir da Recoleção de Advento, orientada pelo Superior Geral, D. Manuel da Rocha Felício, nosso bispo, completada depois por outros dois momentos: Adoração Eucarística e Eucaristia.  


No ponto 1, e por ser memória de S. João da Cruz, foram enaltecidas as virtudes do denominado Doutor Místico. Na sua explanação, o nosso prelado apelou ao desejo de querermos estar junto de Deus, de O sentirmos, de O desejarmos, ainda que essa tarefa seja muito exigente, pois implica renúncias e aceitação do outro, comparando o nosso percurso terrestre à descoberta da mina do tesouro, com filões difíceis e infindáveis, tal como o Mistério de Cristo.  

Fomos alertados para nos fixarmos o mais possível no tripé do Advento:  

1. Presépio, fim dos tempos e vindas diárias;  

2. No Mistério de Cristo: meditação, reconciliação e escuta da Palavra;  

3. Nunca perder de vista que sozinhos não seremos capazes, se não contarmos com a ajuda de Deus e a Sua oferta gratuita, com vista ao nobre objetivo: saborear as delícias de Deus.  

O nosso bispo, com a sua reflexão, traçou em linhas gerais o verdadeiro programa individual de vida: escuta e estudo da Palavra de Deus, prática da lectio divina, celebração dos sacramentos e momentos de pausa — silêncio e oração — que nos levam à contemplação. Além disso, destacou a importância da conversão nas relações interpessoais, com ênfase na cooperação, na disponibilidade para aceitar o outro e na necessidade de mudança. A conversão deve manifestar-se:  

- Nas relações interpessoais (processos);  

- Na forma de atuar (pessoal e social);  

- Nas relações ao nível dos carismas, paróquias, movimentos e famílias.  

Em ligação a S. João da Cruz e à Carta de S. Paulo aos Efésios, fomos alertados para o perigo de desfalecermos nos momentos de dificuldades e sofrimento. Relembrou-se que a contemplação mística de Cristo não chega apenas pelas nossas forças, pois exige abertura à verdadeira luz. Apesar das nossas almas desejarem Deus, é preciso centrar-nos na Cruz e entender, com os olhos do coração, que Jesus aceitou ir até ao fim para salvar a Humanidade.

Momento da Adoração Eucarística

A Adoração Eucarística foi orientada pelo Senhor D. Manuel, com muitos momentos de silêncio orante e reflexivo, que se seguiam a cada intervenção. As reflexões remeteram-nos sempre para o documento final do Sínodo e a necessidade de conversão (partes I, II e III), a Carta de São Paulo aos Efésios e Lucas 14, 25-34. O silêncio e o ambiente singular da capela do Outeiro, junto ao túmulo do nosso Fundador, contribuíram para que pudéssemos experimentar, em nós, a beleza de escutar Deus cá dentro e saboreá-l’O.

Para culminar este dia tão rico, a Eucaristia, presidida pelo nosso bispo, iniciou-se com uma palavra da reeleita Irmã Irene Fonseca. Com muita emoção, transmitiu-nos a sua mensagem, destacando também a beleza, o encanto e o calor do local onde "repousa o nosso Fundador". As suas palavras integraram-se perfeitamente na vivência e nas múltiplas celebrações do Centenário. Relembrou que uma nova etapa se inicia, com a equipa renovada (Albertina André, Maria da Graça Afonso, Maria Adelina Gomes Leocádio e Maria do Carmo Fonseca).

Expressou ainda o desejo de continuarmos a ser sementes que, com a ajuda de todos e pela intercessão divina, possam germinar, crescer e dar frutos saborosos e abundantes, apesar das dificuldades que inevitavelmente surgem no caminho. Contudo, reforçou que somos obreiras e obreiros capazes de as superar. O bom fermento faz levedar a massa, dando força ao lema: “É preciso que Jesus reine”.

Manifestamos a nossa gratidão ao Senhor D. Manuel pela riqueza e vigor novo que nos transmitiu, ao Rev. Padre Manuel, e a todos os presentes. Um agradecimento especial às Irmãs do Outeiro, pela sua simpatia e zelo no acolhimento.

Desejamos a todos um Santo Natal, nunca esquecendo as nossas orações:

- Pelos bons frutos da Liga dos Servos de Jesus;

- Pela causa da Beatificação do Senhor D. João;

- Por todas as Irmãs, servos externos e amigos mais fragilizados pela doença.

Que o Senhor nos continue a guiar e a abençoar no nosso caminho!


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