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As "Obras de Misericórdia " foram prática diária na vida da Ir. Augusta. Deus será a sua recompensa...


A Irmã Augusta nasceu na simpática aldeia de Castanheira – Pínzio - no dia 16 de Janeiro de 1942. Foram seus Pais: José Lino e Genoveva André. Pertenciam a este agregado familiar mais duas irmãs e um irmão.
A Irmã Maria Augusta fez os estudos primários na sua terra natal para com tenra idade se deixar seduzir pelo ideal de D. João de Oliveira Matos. Entrou na comunidade de Outeiro-Guarda, em 1959, após um retiro.
Foi chamada a trabalhar, nesse mesmo ano,  na comunidade de Manteigas: Patronato e Casa de Cristo Rei. Nunca mais deixou esta comunidade e esta Vila pitoresca que se tornou sua nova “terra natal”. Mulher trabalhadora nos campos mais diversos apaixonou-se pelas crianças que se foram cruzando no seu caminho. Algumas eram de Manteigas. Muitas outras e as que trazia sempre no seu coração eram as que, vindas de outras paragens, encontraram nela a segunda mãe sempre presente, atenta e carinhosa. Punha muito brio em cada uma delas e a todas educava em ordem ao futuro.
Pessoalmente, recordo como nos abria a porta e nos escutava nos recados de que éramos portadores da parte dos nossos pais. Recordo também como abria a porta a tantas mulheres da vila e que se deslocavam até ao Patronato para a confeção dos bolos pascais e outras iguarias.
Cada Domingo e à hora marcada lá ia ela com o “rancho” das meninas a cumprir o preceito dominical ou as obrigações catequéticas. Sempre que solicitada lá estava ela como leiga comprometida e sobretudo como Serva de Jesus para dar todo o apoio e colaboração.
Sempre que necessário lá se encontrava no meio do povo procurando as soluções e as respostas mais adequadas para os problemas logísticos de casa.
Enquanto caminhava pelas ruas, havia sempre uma palavra amiga para quem a saudasse ou inquirisse o que quer que fosse. Na sua simplicidade, estava sempre disponível para o que fosse preciso, na sua humildade recebia tudo quanto lhe dessem para o colocar em favor das suas “meninas”.
Quando a morte surpreendia uma família, lá aparecia e lá estava, rezando por quem partia; Nos momentos de uma festa e quando convidada, marcava presença. Se em Roma se é romano, em Manteigas é-se manteiguense. Nas Festas da Liga realizadas em Manteigas tudo fez para que tudo corresse pelo melhor. Nas dificuldades - quantas não teriam sido - era discreta, confiante e sem nunca atirar “a toalha” ao chão. As idas do Patronato para a casa de Cristo Rei e vice-versa nunca foram contabilizadas. Os seus passos nunca foram mal andados. A saúde parecia de ferro.
A idade, conjugada com tanto trabalho, é que não perdoou. O sofrimento apareceu e a doença tornou-se prolongada. Apesar de tudo a sua determinação foi até ao fim. “Defeitos todos nós, temos”, diz o povo”. Nisso também ela não foi exceção. Mas a sua vontade de fazer sempre o melhor possível esteve sempre mais que presente.
E assim se passou uma vida…
Os últimos tempos e depois de muitos tratamentos violentos, foram passados no Hospital de Seia nos cuidados paliativos. Também aí foi muito acarinhada. Nunca esteve abandonada. Todos os dias havia alguém para a ver. No Céu há-de rezar por todos.
“Apagou-se” no dia 11 de fevereiro, dia de nossa Senhora de Lurdes, no mesmo dia em que começou o retiro da Fundação da Liga dos Servos de Jesus, na Lageosa do Mondego, já lá vão 94 anos. “Apagou-se” e “encontrou-se” com Deus no dia da Senhora que ela, o povo de Manteigas, e Portugal inteiro tanto amam e celebram: a Imaculada Conceição.
No dia 12 o Senhor Bispo, D. Manuel da Rocha Felício, presidiu aos actos fúnebres (Eucaristia com Vésperas de defuntos). A temática da Palavra foi sobre: a nossa Vida em tudo semelhante à de Job, sempre iluminada por Ele, Jesus Cristo - Morto e Ressuscitado-, é já vivida de modo antecipado sempre que dignamente, se recebe o Pão descido do Céu.
Presentes o Assistente Geral da Liga dos Servos de Jesus, o Pároco e vários sacerdotes. Também presente Entidades Civis e Associativas da Vila de Manteigas.
Presentes ainda, muitas das “Meninas” que ela foi criando. As mesmas fizeram questão de transportar os restos mortais da irmã Augusta para o cemitério da vila. Foram depositados na campa da Irmã Clara, sua antiga “Superiora” em Manteigas.
Testemunhos vários no final da eucaristia. Um mar de gente na Igreja de Santa Maria e logo a seguir rumo ao cemitério. Muitas flores, mas certamente muito mais orações louvando a Deus pelos dons concedidos à irmã Augusta e pedindo-lhe também que para sempre ELE (O SENHOR DO CALVÁRIO e da RESSURREIÇÃO) seja a sua Herança.
A missa de sétimo dia será muito em breve, Sábado, 17 de fevereiro, na Igreja de S. Pedro.
A todos os familiares enlutados sentidos pêsames. Rezamos também por vós e convosco.
 
 
 
 
 
 
 
 

Comentários

Patornato disse…
Grande Senhora, muito contribui para a felicidade de muitas crianças. Fará falta decerteza

Vasco disse…
Conheci está Irmã assim como a Irmã Clara e a Irmã Aurora
Tinha os meus 4 anos de idade
Vivi no Beiral o Berço da Liga os meninos do Senhor Mota tal era o carinho e afeto que nos dava recordo aqueles natais que nos traziam brinquedos
Lembro bem desta Irmã quando eu ia fazer os deveres da escola no patronato a Casa de Cristo Rei
Recordo passado tanto tempo estas Irmãs que ficaram bem guardadas no meu coração
Era na altura a Irmã que fazia o pão e mais tarde passou a ser a Superiora da casa
O meu contacto passou a ser pouco com ela pois acabei de vir para o Outeiro e aqui me fiz homem
Lembrar estas Irmãs na minha meninice e acima de tudo me curvar perante aquilo que de bom conheci destas Irmãs
E aqui que o Senhor Dom João se faz notar
Esse tal retiro da Lageosa não tendo estado presente acabou por ser a semente que acabaria por dar frutos
Foi assim em tantas das nossas Irmãs que ao longo de tantos anos se deram de forma exemplar
O mundo continua a precisar quem prenche o caminho pois ainda está muito por fazer
Com o desaparecimento destas Irmãs também eu vou morrendo aos poucos
Aqui de onde vos falo recordo com saudades todas elas mas de uma forma especial aquelas com quem tive a felicidade de me cruzar na vida faço votos que haja quem apareça e de continuidade a Obra com a mesma paixão e entrega seguindo a Simplicidade da entrega na bondade e espiritualidade tendo como princípio a frase escolhida E Preciso que Jesus Reine
Estas Irmãs viveram todas elas no seu interior
E passaram testemunho do Senhor Dom João
Cumpriram com exímia prefeicao
Agora que as vemos aos poucos desaparecer deixamos cada um de nós poder contar com a almofada desta vida pela diferença pela bondade e tambem pela referência com que sempre brindaram nesta vida
Um olhar de criança menos atento não deixará de as recordar no coracac
Que Deus a receba na sua bondade
Paz a sua Alma

Vasco
En suisse

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