Realizou-se no dia 04 de março de 2017 , na casa de CRISTO REI - RUVINA , um encontro de formação espiritual para membros da Liga dos Servos de Jesus internos, externos e simpatizantes.
A parte da manhã foi orientada pelo Senhor Pe. Daniel José Tomé da Silva Cordeiro . Tendo por base o Centenário das Aparições de Fátima.
No 1º tema salientou a devoção ao Imaculado Coração de Maria; a Senhora do Rosário e a importância da devoção mariana na piedade e espiritualidade cristã:.. a Jesus por Maria.
No 2º tema falou de Maria, a Mãe da ternura; O amor terno de Deus; Jesus, o rosto da ternura de Deus; a Ternura na Virgem de Fátima e... aprender com Maria a linguagem da ternura.
Seguiu-se a celebração da Eucaristia e um tempo de adoração Eucarística.
Após o almoço, excelentemente servido e partilhado no convívio e na alegria foi a vez do Senhor Pe. Alfredo Pinheiro Neves, Assistente Geral da Liga dos Servos de Jesus, apresentar a mensagem do Papa Francisco para a Quaresma de 2017...
MENSAGEM QUARESMAL 2017
(Resumo)
ENSINA-NOS O PAPA FRANCISCO:
1. A Quaresma é um novo começo, uma estrada que leva a um destino
seguro: a Páscoa da Ressurreição, a vitória de Cristo sobre a morte.
2. Jesus é o amigo fiel que nunca nos abandona, pois, mesmo quando
pecamos, espera pacientemente pelo nosso regresso a Ele e, com esta espera,
manifesta a sua vontade de perdão.
3. A Quaresma é o momento favorável para intensificarmos a vida
espiritual através dos meios santos que a Igreja nos propõe: o jejum, a
oração e a esmola.
4. Na base de tudo isto, porém, está a Palavra de Deus, que somos
convidados a ouvir e meditar com maior assiduidade neste tempo. Aqui queria
deter-me, em particular, na parábola do homem rico e do pobre Lázaro (cf. Lc 16, 19-31)
4.1. O outro é um dom
A parábola inicia com a apresentação dos dois personagens principais, mas
quem aparece descrito de forma mais detalhada é o pobre: encontra-se numa
condição desesperada e sem forças para se solevar, jaz à porta do rico na
esperança de comer as migalhas que caem da mesa dele, tem o corpo coberto de
chagas, que os cães vêm lamber (cf. vv. 20-21). Enfim, o quadro é sombrio, com o homem degradado e humilhado. A cena
revela-se ainda mais dramática, quando se considera que o pobre se chama
Lázaro, um nome muito promissor pois significa, literalmente, «Deus ajuda».
Lázaro
ensina-nos que o outro é um dom. A
justa relação com as pessoas consiste em reconhecer, com gratidão, o seu valor.
O próprio pobre à porta do rico não é um empecilho fastidioso, mas um apelo a
converter-se e mudar de vida.
- O primeiro convite que nos faz esta
parábola é o de abrir a porta do nosso coração ao outro, porque cada pessoa é
um dom, seja ela o nosso vizinho ou o pobre desconhecido. A Quaresma é um tempo
propício para abrir a porta a cada necessitado e nele reconhecer o rosto de
Cristo. Cada um de nós encontra-o no próprio caminho. A Palavra de Deus
ajuda-nos a abrir os olhos para acolher a vida e amá-la, sobretudo quando é
frágil. Mas, para se poder fazer isto, é necessário levar a sério também aquilo
que o Evangelho nos revela a propósito do homem rico.
4.2. O pecado cega-nos
A parábola põe em evidência, sem
piedade, as contradições em que vive o rico (cf. v.
19). Este personagem, ao contrário do pobre Lázaro, não
tem um nome, é qualificado apenas como «rico». Entrevê-se nele,
dramaticamente, a corrupção do pecado, que se realiza em três momentos
sucessivos:
- O amor ao dinheiro,
- A vaidade
- A soberba
1.
O Amor ao dinheiro: O dinheiro pode chegar a dominar-nos
até ao ponto de se tornar um ídolo
tirânico. Quando tal acontece retira-nos a PAZ= SHALOM. Ora o Dinheiro
só deve ser instrumento para fazer o bem e exercer a solidariedade com os
outros.
2.
A Vaidade: A ganância do rico fá-lo vaidoso. A
sua personalidade vive de aparências, fazendo ver aos outros aquilo que se pode
permitir. Mas a aparência serve de máscara para o seu vazio interior.
3.
A Soberba: O degrau mais baixo da deterioração
moral é a soberba. O homem simula a posição dum deus, esquecendo-se que é um
simples mortal. Para o homem corrompido pelo amor das riquezas, nada mais
existe além do próprio eu…
Assim o fruto do apego ao dinheiro é uma espécie de
cegueira: o rico não vê o pobre esfomeado, chagado e prostrado na sua
humilhação. Olhando para esta figura, compreende-se por que motivo o Evangelho
é tão claro ao condenar o amor ao dinheiro: «Ninguém
pode servir a dois senhores: ou não gostará de um deles e estimará o outro, ou
se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e ao dinheiro»
(Mt 6, 24).
4.3. A Palavra é um dom
- A liturgia de Quarta-Feira de Cinzas com
as palavras convida-nos a viver uma experiência semelhante à que faz de forma
tão dramática o rico. O sacerdote recorda-nos, quando impõe as cinzas sobre a
cabeça: «Lembra-te, homem, que és pó da
terra e à terra hás de voltar». De fato, tanto o rico como o pobre morrem,
e a parte principal da parábola desenrola-se no Além. Os dois personagens
descobrem que nós «nada trouxemos ao
mundo e nada podemos levar dele» (1 Tm
6, 7).
- Só no meio dos tormentos do Além é que
o rico reconhece Lázaro e queria que o pobre aliviasse os seus sofrimentos com
um pouco de água. Os gestos solicitados a Lázaro são semelhantes aos que o rico
poderia ter feito, mas nunca fez. Abraão, porém, explica-lhe: «Recebeste os teus bens na vida, enquanto
Lázaro recebeu somente males. Agora, ele é consolado, enquanto tu és
atormentado».
Mas a parábola continua… De fato o rico,
que ainda tem irmãos vivos, pede a Abraão que mande Lázaro avisá-los; mas
Abraão respondeu: «Têm Moisés e os
Profetas; que os ouçam» (v. 29).
A raiz dos males do rico foi não ter dado ouvidos à Palavra de Deus; isto
levou-o a deixar de amar a Deus e, consequentemente, a desprezar o próximo. A
Palavra de Deus é uma força viva, capaz de suscitar a conversão no coração dos
homens e orientar de novo a pessoa para Deus. Fechar o coração ao dom de Deus
que fala, tem como consequência fechar o coração ao dom do irmão.
Amados irmãos e irmãs, a Quaresma é o tempo favorável para nos renovarmos,
encontrando Cristo vivo na sua Palavra, nos Sacramentos
e no próximo.
Que o Espírito Santo nos guie na realização dum verdadeiro
caminho de conversão, para redescobrirmos o dom da Palavra de Deus, sermos
purificados do pecado que nos cega e servirmos Cristo presente nos irmãos
necessitados.
Rezemos uns pelos outros para que, participando
na vitória de Cristo, saibamos abrir as nossas portas ao frágil e ao pobre.
Então poderemos viver e testemunhar em plenitude a alegria da Páscoa.
Papa Francisco
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