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Que a partir de hoje e para sempre, o Senhor seja a sua herança e o seu melhor presente de aniversário que alguma vez tenha recebido.


DE PARTIDA…

Isabel Maria Cândida nasceu em Miuzela do Côa em 26/01/1916. Foram seus pais: Manuel Catrinacho e D. Maria Cândida.
Cativada por melodias e ânsia de as poder executar num órgão foi entrando na comunidade da Liga dos servos de Jesus na Cerdeira. Tempos depois, acabou seduzida por uma outra melodia que se foi tornando definitiva na sua vida. Era a melodia vocacional. Para trás ficava Angola, os seus irmãos e demais familiares. Atraída pelos ideais de D. João foi aderindo à sua espiritualidade e à mesma se consagrou durante a sua vida.
Alma muito sensível e delicada, sabia lidar com todos e estar atenta aos mais pequeninos pormenores. Dedicou-se de alma e de coração aos serviços que lhe eram pedidos. Desde o tratar da roupa das alunas, ao sentar-se ao órgão e tocar melodias sem fim, desde bordar e fazer rendas (quase até ao fim da vida) a uma pontualidade exemplar e assídua na oração, desde a sua singular meticulosidade ao passar discreta e despercebida foram elementos que a definiram para sempre.
Esteve à frente da mesma comunidade da Cerdeira e retirou-se no momento exacto. Há bastante tempo que fizera do seu quarto o “habitat”. (Os invernos eram sempre os tempos mais difíceis. Nunca mais acabavam). Aí permanecia até que a conduzissem à Eucaristia. Nele tomava as refeições e nele, horas a fio, executava os seus lavores. Bem perto dela e acessível ao seu braço existia um velhinho rádio que a punha a par das notícias a entretinha com músicas (sempre a música) ou lhe proporcionava mais facilmente a recitação do rosário. Era aí que era visitada. Aí recebeu por diversas vezes a Unção dos doentes e daí partiu para o Pai.
Acarinhada por todos recebia peculiar carinho da parte dos familiares e outros amigos. Tinha-lhe sido prometido já o bolo de aniversário. Mas ela antecipou-se e foi celebrar o aniversário natalício junto do Pai. Cantámos-lhe os parabéns com orações de sufrágio, quer na comunidade da Cerdeira, quer na sua terra natal onde foi a sepultar após eucaristia que se iniciou na Igreja paroquial pelas onze horas. Presidiu o Assistente Geral e concelebraram mais quatro sacerdotes ligados à Obra e à comunidade /paróquias da Cerdeira e da Miuzela do Côa.
A Assembleia foi convidada reflectir e a reter como mensagem litúrgica:
- A necessidade de todos nos tornarmos agradáveis a Deus, enquanto peregrinarmos nesta vida. Isso acontecerá se temermos a Deus e praticarmos a Justiça.
- Contemplando sempre o Amor do Pai, que nos constituiu seus filhos, aguardarmos em jubilosa alegria, a visão clara de Deus e a plena configuração com Deus. Isso só acontecerá aquando da nossa morte e ressurreição. Nessa altura se realizará o que nos ensina Jesus: “Se o grão de trigo caído à terra não morrer fica só; se morrer dá muito fruto”.
- A necessidade de seguir servindo sempre o Senhor. Todo aquele que segue e serve Jesus é honrado pelo Pai. Certamente foi o que aconteceu já com a irmã Isabelinha.

- Que a partir de hoje e para sempre, o Senhor seja a sua herança e o seu melhor presente de aniversário que alguma vez tenha recebido.

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